No final de setembro, 835 mil pessoas estavam a trabalhar por turnos. É o maior número de trabalhadores com horários variáveis desde 2011.
O peso do número de trabalhadores com horários variáveis tem vindo a aumentar nos últimos anos, atingindo o valor mais elevado no terceiro trimestre de 2019.
No final de setembro, 835 mil pessoas estavam a trabalhar por turnos, o que representa um acréscimo homólogo de 4,8% e, em cadeia (comparando com o trimestre anterior) de 6,7%. Em relação ao número de trabalhadores por conta de outrem, representa cerca de 17% das mais de 4,9 milhões de pessoas com emprego.
Em termos absolutos, entre o final de junho e o final de setembro, mais de 53 mil trabalhadores por conta de outrem passaram a ter horários variáveis, É o único tipo de horário com aumentos de efetivos.
Trabalho por turnos: pico no terceiro semestre
O aumento do número de profissionais a fazerem turnos, tradicionalmente, regista um reforço no terceiro trimestre. Uma evolução que poderá estar relacionada com os meses fortes do turismo entre julho e setembro.
Segundo o economista João Cerejeira, este pode ser um “movimento conjuntural”, mas acredita que por detrás desta evolução estão fatores de ordem estrutural da economia. Para o economista, o aumento do número de profissionais a trabalhar por turnos pode ser consequência de uma baixa no desemprego, de incertezas elevadas quanto à evolução da procura no futuro ou ainda devido às dificuldades, por parte das entidades, em investir.
Em comparação com com o terceiro trimestre de 2018, a evolução do número de trabalhadores com horários “atípicos” é menos linear. Por exemplo, há menos 13 mil pessoas a trabalharem à noite, mas mais 68 mil a trabalhar aos sábados.
Mais mulheres do que homens
O trabalho por turnos é desempenhado tanto por homens como por mulheres, mas são as segundas que ganham neste campeonato. No terceiro trimestre deste ano, mais de 423 mil mulheres estavam a trabalhar por turnos, contra 409 mil homens.
No entanto, nos restantes horários, os homens estão à frente das mulheres, sejam os serões, as noites ou os fins de semana. A maior diferença regista-se à noite, com mais 226 mil homens a fazer este horário do que mulheres.
A diferença menor é nos horários ao domingo, em que existem “apenas” mais 60 mil homens a trabalhar neste dia da semana.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) , aquando do início da nova série do Inquérito ao Emprego.
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Sara Gonçalves
Comunicadora por natureza, tem três grandes paixões: as pessoas, a escrita e a música. Motivada pela ânsia de aprender sempre mais, é uma pessoa de desafios e acredita muito no lado bom da vida.